quarta-feira, 30 de setembro de 2015

Dinâmica - Exercícios Resolvidos - 1

1)   Um ponto material de massa igual a 2Kg está apoiado numa superfície horizontal perfeitamente lisa, em repouso. Uma força constante de intensidade 6 N, paralela ao apoio atua durante 10 s, após os quais deixa de existir.  Determine: A) a aceleração nos 10 s iniciais; B) a velocidade ao fim de 10 segundos; C) considere a origem dos espaços a posição inicial, onde o corpo estava em repouso, calcule a distância percorrida pelo ponto material após 30 segundos.
     
         Solução:

A)  O peso P e a normal N anulam-se verticalmente e por isso, só consideraremos a força F. A força F constante produz a aceleração constante α (MUV).

FR=m.α → F=m.α → 6=2.α → α = 3 m/s²


B)  Ao fim de 10s a velocidade do corpo é:

v = v0 + αt,  v0=0,  α=3 m/s²,  t=10s

Logo: v=0+3.10 = 30 m/s → v = 30 m/s


C)  Nos primeiros 10 s → MUV e entre t=10s e t=30s → UM:

I)      s = s0 + v0t + α.t²/2 → ∆s= v0t + α.t²/2  
        = 0 + 3.(10)²/2 = 150 m∆s = 150 m

II)    v=30m/s (após 10s o corpo continua com MU)  e ∆t=20s
MU = vt = 30.20 = 600 → MU = 600 m

            Portanto, a distância total percorrida pelo ponto material é:
            ∆stotal = 150 + 600 = 750 m


       Respostas: A) 3 m/s²; B) 30 m/s; C) 750 m




2)   Dois corpos A e B, de massas respectivamente iguais a 2 kg e 3 kg estão apoiados numa superfície horizontal perfeitamente lisa. A força horizontal F=10N constante é aplicada no bloco A. Determine: A) aceleração adquirida pelo conjunto; B) a intensidade da força que A aplica em B.


      Solução:

     A) Para aplicarmos a equação fundamental da dinâmica
 


Devemos analisar as forças que agem em cada bloco.
Em cada bloco, o peso P e a normal N anulam-se verticalmente; por isso,
vamos considerar apenas as forças horizontais, pois a solicitação inicial F
é horizontal. Em A existe a força externa F cuja reação está no agente
externo que a produziu e a força de reação f correspondente à sua ação
de contato em B. Em B existe horizontalmente, apenas a força f ação de
A em B.

A intensidade da resultante das forças em A é (F-f), pois F favorece a
aceleração α e f se opõe.   Em B a resultante é apenas f.


     Com F = 10 N, mA = 2 kg, mB = 3 kg temos:

     10 = (2 + 3).α → α = 2 m/s²


B)  A intensidade de f, força de A em B pode ser obtida por qualquer uma das equações (1), ou (2) anteriores.

De equação (2):  f = mB.α = 3*2 =6 → f = 6 N


Respostas: A) 2 m/s²;  B) 6 N



Observações:

I)   Numa interação deste tipo, o corpo A não transmite a B integralmente a força F; a diferença entre o que recebe e o que transmite resulta em aceleração.

II)   Um cálculo rápido da aceleração pode ser feito considerando A e B como um único corpo; nessas condições a força f não interfere no cálculo pois passa a ser uma força interna. Assim:





3)  Três corpos A, B e C de massas mA = 1 kg, mB = 3 kg e mC = 6 kg estão apoiados numa superfície horizontal perfeitamente lisa.  A força constante F = 5 N, horizontal, é aplicada ao primeiro bloco A. Determine: a) a aceleração adquirida pelo conjunto; b) a intensidade de força que A exerce em B; c) a intensidade da força que B exerce em C.

Solução:

Como no exercício anterior o peso de cada bloco continua anulado, verticalmente, pela reação normal do apoio.  Para determinação da aceleração, consideremos globalmente o sistema de corpos como um único bloco de massa mA + mB + mC = 10 kg.

Pela equação fundamental da dinâmica:



Para determinar as interações entre os corpos, devemos analisar cada um, separadamente.
Seja f1 a intensidade da força de A sobre B e f2, a de B em C.




Respostas:  a) 0,5 m/s²; b) 4,5 N; c) 3 N




4)  Dois corpos A e B de massas iguais a mA = 2 kg e mB = 4 kg estão apoiados numa superfície horizontal perfeitamente lisa. O fio que liga A a B  é ideal, isto é, de massa desprezível e inextensível.  A força horizontal F tem intensidade igual a 12 N, constante.   Determine: a) aceleração do sistema; b) a intensidade da força de tração do fio.





Solução:

a)  aceleração do sistema: considerando globalmente os corpos:

F = (mA + mB).α  → 12 = (2 + 4).αα = 2 m/s²


b)  tração do fio: considerando cada corpo.
Pela equação fundamental da Dinâmica para corpo A.


Corpo (A):  T = mA.α = 2*2 = 4 → T = 4 N

Este resultado poderia, também, ser obtida equacionando-se para o corpo B.

F – T = mB.α → 12 – T = 4*2 → 12 – T = 8 → T = 4 N


Respostas: a) 2 m/s²; b) 4 N



5) Os corpos A e B da figura tem massas respectivamente iguais a mA = 6 kg e mB = 2 kg. O plano de apoio é perfeitamente liso e o fio é inextensível e de peso desprezível.  Não há atrito entre a polia e o fio, considerada sem inércia. Adotar g = 10 m/s².  Determine: a) a aceleração do conjunto; b) a tração do fio.


a) Considerando separadamente cada corpo:
Em A, a força normal NA anula a ação do Peso, pois não há movimento vertical. Pela equação fundamental da dinâmica:


T = mA*α, com mA = 6 kgT = 6α (Eq-01)


Considerando o corpo B:
Sua aceleração é a mesma de A pois o fio é ideal (inextensível e massa desprezível): no mesmo intervalo de tempo A e B percorrem as mesmas distâncias e atingem a mesma velocidade.

O peso PB provoca α e a tração T opõe-se a α; daí, pela equação fundamental, temos:  




PB – T = mB*α, mB = 2 kgPB – T = 2α (Eq-02)


Substituindo a (Eq-01) em (Eq-02) temos:
T = 6α em PB – T = 2α PB – 6α = 2α 2*10 = 2α + 6α  8α = 20
α = 2,5 m/s²

Substituindo este valor de α na (Eq-01):
T = 6α T = 6*2,5 = 15 N T = 15 N



Respostas: a) α = 2,5 m/s²; b) T = 15 N



Observação:

Podemos calcular a aceleração, considerando A e B como um único bloco.

FR = PB →  m(A+B)α = mB.g





Assim, se (mA + mB) é a massa do conjunto, temos:






6)  No arranjo experimental da figura os corpos A, B e C têm massas respectivamente iguais  a mA = 5 kg, mB = 2 kg e mC = 3 kg.  A aceleração da gravidade local é 10 m/s². Os fios são idéias (=inextensíveis e massa desprezível); não há atritos entre fios e as polias. O plano horizontal é perfeitamente liso. Determine: a) a aceleração do sistema de corpos; b) as trações nos fios.



Solução:

O peso de B é anulado pela reação normal do apoio; porém os pesos PA e PC são forças externas ativas. PA é maior que PC:






Se o sistema partir do repouso, o corpo B move-se da esquerda para a direita, pois, o peso de A é maior que o de C.

O peso PA favorece a aceleração e PC se opõe. Pela equação fundamental da dinâmica aplicada ao conjunto de corpos de massa total (mA + mB + mC) vem:



Para a determinação das trações nos fios, consideremos cada corpo. No caso há duas trações pois temos dois fios. Assim:




Como já temos a aceleração α bastam duas dessas equações para a determinação das trações. De (Eq-1) e (Eq-2), por exemplo, temos:




Respostas:  a) 2 m/s²;     b) T1=40N;    c) T2=36N





7)  Um homem de 70 kg está na cabina de um elevador que desce acelerado na razão de 2 m/s². Considere o homem apoiado numa balança, na escala calibrada em newtons.  Determine a intensidade da força indicada na balança.  Adotar g = 10 m/s2².

Solução:


O elevador desce verticalmente com aceleração α=2m/s² em relação a um Observador Externo em repouso no solo. Este observador externo, que é um referencial inercial, vê atuarem no homem, as forças P, ação da Terra e N, ação da balança no homem.  O homem atua na balança, exercendo a força de intensidade N, que é a indicação, pois está calibrada em forças.


A resultante das forças que atuam no homem é FR = P – N; logo:



Resposta:
A indicação da balança é 560 N




8)  No arranjo experimental da figura, A e B têm massas respectivamente iguais a 6 kg e 2 kg.  Os fios e as polias têm massas desprezíveis. Não há atritos entre o fio a polia. Determinar: a) a aceleração do conjunto; b) as trações nos fios. Considere que o sistema partiu do repouso e adote g=10 m/s².

O arranjo experimental é conhecido como máquina de Atwood (1745-1807), físico inglês, que com um arranjo deste tipo estudou a queda dos corpos.

a) O corpo A desce enquanto B sobe, pois o peso de A é maior que o de B.


Para o conjunto de corpos de massa total (mA + mB), o peso PA favorece a aceleração e PB se opõe:




b) Vamos calcular a força de tração no fio que liga A a B.

Qualquer uma das equações anteriores nos fornece T.
Vamos tomar a (eq-2):


A tração T1 no fio que liga o eixo da polia ao teto pode ser obtida como se segue: 


A polia não possui peso e seu eixo está em equilíbrio. Deste modo a resultante das forças é nula.



Respostas:  a) α = 5 m/s²;   b) 30 N e 60 N





9) Determine a força que o homem deve exercer no fio para manter em equilíbrio estático o corpo suspenso de 360 N. Os fios são considerados inextensíveis e de massas desprezíveis; entre os fios e as polias não há atrito. As polias são ideais, isto é, não possuem massa.

Solução:

Para haver equilíbrio, a resultante da força deve ser nula. No corpo suspenso, a tração T é igual ao peso P = 360 N, pois não há aceleração. A distribuição de trações é como indicam as figuras a seguir:



Resposta: 45 N




10) O sistema esquematizado compõe-se de um elevador de massa M e um homem de massa m. O elevador está suspenso a uma corda que passa por uma polia fixa e vem às mãos do operador; a corda e a roldana são supostas ideais. O operador puxa a corda e sobe com aceleração constante α, juntamente com o elevador. São supostos conhecidos M, m, α e g. Determine a força que a plataforma exerce no operador.



Solução:
Considerando o sentido da aceleração α como positivo, vamos isolar os corpos, identificando todas as forças que atuam sobre eles:


Homem:
P = peso do homem;
T = reação ao puxão que o homem dá na corda;
N = reação do elevador sobre o homem (força a determinar).


Como só há movimento na direção vertical, então temos que:

T + N – P = m.α  (Eq-1)




Elevador:




Pc = peso da cabina do elevador;
T = ação devido ao puxão que o homem dá na corda;
N = ação do homem sobre o elevador.

Então temos que:

T – (N + Pc) = M.α  (Eq-2) 








Podemos observar que as (Eq-1) e (Eq-2) formam um sistema de duas equações a duas incógnitas (T e N).



Como o objetivo é encontrar o valor de N; vamos subtrair (Eq-2) de (Eq-1):






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